Seguidores

sábado, 30 de julho de 2011

Abandono de cães e gatos é maior do que captura


Nem mesmo o título de melhor amigo do homem impede o grande número de cães abandonados registrado pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Vila Velha nos últimos dois anos. Quando comparado à quantidade de cães e gatos capturados pelas ruas do município, o dado é ainda mais alarmante: duas vezes maior.

Somente em janeiro deste ano, 125 cães e 34 gatos foram abandonados em Vila Velha, a maioria pelos próprios donos do animal, enquanto que apenas 38 foram capturados pelas ruas. O levantamento feito pelo CCZ identifica um índice de abandono 50% maior do que o registrado em janeiro do ano passado, de 106 animais no total.

Durante o ano de 2007, foram recolhidos 1.115 cães e 233 gatos contra 342 animais capturados. Os dados assustam, mas se comparados ao ano de 2006, surpreendem ainda mais, indicando um crescimento de quase 16% em número de animais abandonados anualmente.

Para a coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Carla Cavalcante, os cães são abandonados e recolhidos, na maioria dos casos, quando ficam doentes ou quando a família se muda para condomínios que proíbem a entrada de animais. “Algumas pessoas chegam a ameaçar o CCZ de largar os animais pelas ruas caso não possamos receber os cães e gatos que decidem deixar por lá”, conta.

O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de São José dos Pinhais tem capacidade para atender 15 animais simultaneamente – com suspeitas de doenças (zoonoses) ou agressivos. Mas muitas pessoas abandonam animais próximos à sede do órgão, esperando que eles sejam recolhidos, o que poderia prejudicar todo o trabalho do CCZ. Para mudar esta situação, a Prefeitura de São José dos Pinhais está desenvolvendo o Censo Canino e Felino. Nesta terça-feira (21), a contagem de animais domésticos foi feita no bairro São Francisco.

A contagem da população canina e felina do município é feita por amostragem, dividida pelas seis regionais da cidade. A primeira etapa foi feita no ano passado, na regional do Guatupê e a segunda em abril deste ano, na regional do São Marcos. Desta vez, o bairro São Francisco - pertencente à regional da Costeira - foi separado dos outros, pois lá se localiza o Centro de Controle de Zoonoses, onde um grande número de animais é abandonado. Na próxima semana o censo será feito no restante dos bairros da regional.

De acordo com a coordenadora do CCZ, Fernanda da Fonseca, apesar de não existir mais a famosa “carrocinha”, e a eutanásia em animais sadios ser proibida pela legislação, a cultura das pessoas não mudou e muitos querem se livrar deles pela matança. No centro, a eutanásia só é feita em casos de cães e gatos em sofrimento real, com suspeitas de zoonoses, ou agressivos. “Muitos animais são deixados próximos ao CCZ porque acreditam que iremos resgatá-los, mas não temos capacidade para isso”, explica a coordenadora.

O Censo faz parte do Programa Municipal de Controle Ético da População Canina e Felino. O foco principal do programa são os animais “semi-domiciliados”, geralmente tratados com água e comida por moradores da cidade, mas que passam o dia nas ruas, ajudando a aumentar a população animal e a proliferação de doenças.

Segundo a secretária municipal do Meio Ambiente, Edilaine Vieira, o censo vai embasar as futuras ações preventivas da Prefeitura. “Teremos mapeados os lugares onde há maior quantidade de animais nas ruas e assim podemos centralizar as nossas atenções nesses locais”.

Nesta terça-feira o Censo foi feito por meio de parceria com a Secretaria de Saúde. Os agentes comunitários passaram nas casas do bairro São Francisco com um questionário que procura saber a quantidade de animais, a finalidade (guarda, companhia ou outra), se são vacinados, castrados e recebem vermífugo, qual o tipo de alimentação, se usam coleira ou não, entre outros.

A enfermeira Teresa Komuda Mendes, moradora do São Francisco, conta que muitas pessoas soltam caixas com filhotes de cães e gatos próximos à sua casa frequentemente. “Meu filho esses dias foi mordido por um cachorro aqui perto e tivemos que levá-lo para tomar injeção contra a raiva. Os cães incomodam bastante, latem muito à noite”, declara. Teresa acredita que com o Censo a Prefeitura poderá encontrar soluções para o problema.

Conscientização - Outro ponto do Programa Municipal de Controle Ético da População Canina e Felina é a conscientização da população sobre a guarda responsável, feita com as crianças do município. Desde a semana passada, cerca de 3 mil alunos da rede municipal assistiram ao vídeo educativo com o mascote da campanha, o cachorro Pelucho, no Teatro Leopoldo Scherner – Campus II da PUC/PR.


Esta foi a terceira etapa da conscientização. A primeira foi feita na própria sala de aula: os professores das escolas receberam um livreto informativo e fizeram um trabalho com as crianças baseado nele. Em seguida, as crianças assistiram a uma peça teatral encenada por funcionários da Secretaria do Meio Ambiente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário